Covid: até a forma mais leve pode fazer mal à saúde do coração, mostra novo estudo

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Dilma Rousseff é internada após quadro de neurite vestibular

Ela responde bem ao tratamento e terá alta nos próximos dias Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil Brasília © Frame/Dilma Rousseff/X Versão em áudio A presidenta do banco do Brics, Dilma Rousseff, foi internada em Xangai, China, devido a uma inflamação de um nervo responsável pelo equilíbrio, causando vertigem intensa.  De acordo com nota divulgada pela … Leia Mais



Ministra anuncia gratuidade dos 41 medicamentos no Farmácia Popular

Medida beneficia 1 milhão de pessoas que ainda pagavam coparticipação Luiz Claudio Ferreira – Repórter da Agência Brasil Brasília © Elza Fiuza/ Agência Brasil A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou, nesta quinta-feira (13), a total gratuidade do Programa Farmácia Popular. No Encontro Nacional de Prefeitos, em Brasília, ela explicou que todos os 41 itens … Leia Mais


Genéricos contribuem para queda de mais de 50% no preço de remédios

Quanto mais opções no mercado, maiores as chances de redução Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Publicado em 10/02/2025 – 19:19  – Atualizado em 10/02/2025 – 21:30 Rio de Janeiro © Arquivo/Agência Brasil Um novo estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mediu os impactos dos genéricos no preço dos medicamentos. Os … Leia Mais


São Paulo confirma primeiro caso de febre amarela em humano em 2025


Estado já havia notificado doença em macacos

Guilherme Jeronymo – Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Inauguração da linha final de produção da vacina contra febre amarela na unidade Libbs Farmacêutica, uma empresa privada que fez acordo de transferência de tecnologia com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio
© Rovena Rosa/Agência Brasil
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A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou o registro do primeiro caso de febre amarela em humano este ano. Trata-se de um homem de 27 anos, morador da capital paulista.

Ele esteve em Socorro, na região de Campinas, onde também houve notificação recente de um caso de febre amarela em macaco.

O estado registrou dois casos da doença em humanos em 2024 – sendo um autóctone (com origem dentro do estado) e outro de um homem contaminado em Minas Gerais, que morreu.

O Instituto Adolfo Lutz já confirmou nove casos da doença em macacos, sendo sete na região de Ribeirão Preto, um em Pinhalzinho e o outro em Socorro.

As ações de vigilância em saúde e vacinação foram intensificadas nessas regiões, além da recomendação de cuidados para quem irá viajar para áreas de mata.

A vacina contra a doença está disponível em postos de saúde e deve ser aplicada ao menos 10 dias antes do deslocamento para regiões com casos.

Febre amarela

A febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos silvestres. Um indicador de sua presença se dá com a morte de macacos, que também sofrem com altos índices de mortalidade quando contaminados.

O avistamento de macacos mortos deve ser informado às equipes de saúde do município.

Os sintomas iniciais da febre amarela são febre súbita, calafrios, dores intensas no corpo e cabeça, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza recorrentes.

* Texto atualizado às 21h41 para correção de informação. Homem identificado com a doença é morador da cidade de São Paulo.

Edição: Carolina Pimentel


Taxa de nascimentos prematuros do Brasil está acima da média global


Número pode ser reduzido com bom atendimento pré-natal

Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro
Bebê palestino prematuro em incubadora do hospital Shifa, na Cidade de Gaza
22/10/2023
REUTERS/Mohammed Al-Masri
© Reuters
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Os famosos “nove meses” de gravidez, na verdade, simplificam uma conta muito mais complexa: a gestação humana leva em torno de 40 semanas, mas é considerada “a termo”, ou seja, dentro do tempo adequado, de 37 até 42. No entanto, em 2023, quase 12% dos nascimentos no Brasil aconteceram antes desse marco, totalizando cerca de 300 mil bebês prematuros, com riscos menores ou maiores de problemas de saúde, dependendo do tempo que passaram na barriga da gestante. O Brasil não só está acima da média global, que é em torno de 10%, como também é um dos dez países com maior número de nascimentos prematuros por ano.

De acordo com a diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, Denise Suguitani, a maior parte desses casos podem ser prevenidos: “Aqui no Brasil essas taxas estão muito ligadas a determinantes sociais, de acesso à saúde e à educação. A gestação na adolescência, por exemplo, já é um fator de risco de parto prematuro porque o corpo da menina não está preparado para gestar. Por outro lado, um bebê que é planejado, a chance de ser prematuro é menor, então o planejamento familiar é muito importante. E, claro, o acesso ao pré-natal. E não é só o volume de consultas que importa, mas a qualidade do atendimento e das informações.”

A obstetra Joeline Cerqueira, que integra a Comissão de Assistência Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), enumera algumas situações que podem ser identificadas no pré-natal e tratadas para evitar o parto prematuro, entre outras complicações: “A gente tem as infecções, a rotura prematura da bolsa e as síndromes hipertensivas na gestação. Essas doenças acometem muitas mulheres na gravidez e são algumas das principais responsáveis pelo parto prematuro.”

A especialista esclarece que é preciso que a gestante inicie o pré-natal precocemente, seja bem avaliada para identificar fatores de risco pré-existentes, e faça todos os exames recomendados no tempo certo. “No momento em que a gestante faz o ultrassom morfológico, a gente também faz a medida do colo do útero. Se ele estiver muito curto, essa mulher tem um maior risco, mesmo sem nenhuma outra doença, de ter um parto prematuro. E a gente pode usar, por exemplo, a progesterona via vaginal, que é um relaxante da musculatura e previne que as contrações ocorram de forma precoce. Esse exame precisa ser feito por volta da 22ª semana de gestação”, explica Joeline.

Principais causas

A ruptura prematura da bolsa é mais frequente em gestantes adolescentes ou com idades mais avançadas, pessoas com alguma malformação uterina, mal nutridas e também que ingerem bebidas alcoólicas, fumam ou usam outros entorpecentes durante a gravidez. O risco também é maior em gestações de mais de um bebê, e quando a placenta está mal inserida no útero. Mesmo nas situações em que a causa não pode ser revertida, a gestante pode ser monitorada com mais frequência e até mesmo internada em um hospital, e receber medicamentos para acelerar a maturidade dos órgãos do bebê e tentar prolongar ao máximo a gestação.

As infecções bacterianas, principalmente a urinária, e as de transmissão sexual, também são grandes causa de prematuridade. As infecções de transmissão sexual podem ser detectadas em exames laboratoriais e prevenidas com sexo seguro, já a infecção urinária é bastante comum na gestação e nem sempre tem sintomas nesse período. Mas um desconforto abdominal incomum, ou o aumento repentino da vontade de urinar podem ser sinais de alerta, e se a doença for tratada com antibiótico, o parto prematuro pode ser evitado.

Já a hipertensão é o principal fator de complicações na gravidez, e além de provocar partos prematuros, é a maior causa de morte materna e perinatal do Brasil. Estima-se que 15% das gestantes tenham pressão alta durante a gestação e que um quarto dos partos prematuros ocorram por esse motivo. Por isso, a aferição de pressão é um dos procedimentos básicos das consultas de pré-natal, reforça a especialista da Febrasgo: “A melhor prevenção é a primária, ou seja, detectar qual o potencial que aquela mulher tem de ter uma hipertensão grave na gravidez e já fazer a profilaxia com AAS, que é um remédio muito barato, e cálcio. Mas mesmo quando você detecta que a pressão começou a subir, se já começar a tratar, isso realmente previne até 80% dos casos de desfecho ruim”.

A diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, Denise Suguitani, afirma que a grande quantidade de cesarianas do Brasil também contribui pra esse cenário. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2023, quase 60% dos nascimentos ocorreram via cirurgia.

“A gente tem muitas cesáreas eletivas, que é aquela cesárea agendada sem necessariamente uma indicação médica. Isso traz mais bebês prematuros porque a gestação não é uma matemática exata. Hoje o Conselho Federal de Medicina autoriza o agendamento sem indicação médica só a partir de 39 semanas, mas muitas vezes quando o médico agenda uma cesárea com 39 semanas, por desinformação da mulher ou algum erro no cálculo, o bebê pode ter menos de 37. E ele está imaturo. É um bebê que não precisa ir para uma UTI de imediato, mas quando ele vai mamar ele se atrapalha, ele tem dificuldade pra respirar.” complementa Denise.

Consequências

Geralmente, um feto é considerado viável – ou seja, com possibilidade de viver fora do útero – a partir das 25 semanas, e com peso mínimo de 500 gramas. Mas a taxa de mortalidade após o nascimento entre esses prematuros extremos é de 30% a 45% e menos da metade dos sobreviventes se desenvolvem sem deficiências ou problemas de saúde. A cada semana de gestação, a taxa de sobrevivência aumenta e a probabilidade de sequela diminui, mas mesmo bebês nascidos dias antes do período ideal têm risco aumentado de paralisia cerebral leve e de apresentar atrasos no desenvolvimento.

Yngrid Antunes Louzada teve o parto antecipado por uma infecção urinária e seus filhos gêmeos, Lucas e Isis, nasceram com apenas 27 semanas de gestação, pesando menos de 1 quilo e medindo 33 e 35 centímetros. A família recebeu um alerta assustador dos médicos: as crianças corriam alto risco de ter atrasos psicomotores e problemas respiratórios e a própria internação representava um risco de infecções. Foram 52 dias de cuidados intensivos para os pequeninos e de ansiedade para Yngrid e o marido, Felipe:

“A gente ficava na Utin (unidade de terapia intensiva neonatal) duas horas por dia, sete dias na semana. Todos os dias eu chegava um pouco mais cedo para poder tirar leite pra eles. Era tudo bem organizado, as crianças ficavam na incubadora e eu e meu marido a gente se dividia, cada um com uma criança. A gente sempre ficava de olho em cada barulhinho, no monitor, na saturação. Era o final da pandemia de covid-19, então tinha que ter todo o cuidado, os pais precisavam usar uma roupa especial, com uma máscara”

E não era nada fácil quando as duas horas de visita terminavam: “Não ter os filhos em casa era triste para gente né? Porque a gente não tinha idealizado aquilo, por mais que eles estivessem muito bem amparados e cuidados. Depois de três semanas de internação, eles permitiram o método canguru, e foi um momento muito especial, muito emocionante. Porque, ali de fato, eu pude ter o primeiro contato físico com os meus filhos.”

Depois de 52 dias, Lucas e Isis tiveram alta e o melhor: foram pra casa sem sequelas. Eles precisaram fazer fisioterapia, terapia ocupacional e tratamento de fonoaudiologia por quase 2 anos e meio, mas agora têm a rotina de qualquer criança saudável. “Eles nasceram no hospital da Marinha e quando tiveram alta, já foram encaminhados para a terapia, porque o sistema de saúde da Marinha tem um local específico para tratamento de prematuros. Essa assistência fez muita diferença” diz Yngrid.

Denise Suguitani, diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros reforça esse ponto: mesmo os prematuros que saíram do hospital saudáveis precisam de acompanhamento. “A prematuridade não é uma sentença: cada bebê escreve a sua história. Mas o risco é grande, então a gente precisa olhar com uma lupa porque essas crianças precisam de uma atenção especial de vários profissionais: terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, várias especialidades médicas, nutricionistas para olhar esse bebê que tem um desenvolvimento peculiar. Esses especialistas podem identificar um risco e já intervir precocemente”, acrescenta

“O impacto da prematuridade é tão grande que muitas vezes o pai abandona o bebê ou acaba acontecendo uma separação familiar e a mãe fica sozinha. E se é uma criança que demanda muitas consultas, terapias, como fica essa mãe? Então a assistência social para essa família também é importante”, complementa Denise.

Edição: Aline Leal


Boletim da Fiocruz indica alta de casos de covid-19 no país


Doença atinge especialmente pacientes idosos

Leo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro
Medidas de proteção contra possíveis infecções por cornoavírus sendo mostradas na clínica universitária de Essen
© REUTERS/Wolfgang Rattay/Direitos Reservados
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A nova edição do boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (19) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela uma tendência alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas ao covid-19 em alguns estados do país. É o caso do Ceará, onde um cenário de crescimento dessas ocorrências já havia sido indicado na edição anterior da publicação.

Há indícios de que Minas Gerais, Sergipe e Rondônia também iniciam um movimento parecido. O mesmo ocorre no Distrito Federal. Os casos envolvem especialmente pacientes idosos, que são mais suscetíveis aos efeitos mais adversos da infecção pelo coronavírus causador da covid-19.

O boletim registra aumento de ocorrências de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, associados principalmente ao rinovírus, em quatro unidades federativas: Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe. Os dados do novo boletim são referentes à semana epidemiológica que vai de 8 a 14 de dezembro.

A SRAG é uma complicação respiratória que demanda hospitalização e está associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

De acordo com a nova edição, considerando as últimas quatro semanas epidemiológicas analisadas, a covid-19 esteve relacionada a 31,1% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral. Já o rinovírus representou 38,6%. Além disso, 7,9% estiveram associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), 7,6% à influenza A e 7,3% à influenza B.

Quando se observa apenas os quadros de SRAG que resultaram em mortes nessas quatro semanas, 63,6% estão associados à covid-19. A maioria desses casos que tiveram a morte como desfecho envolveram idosos.

Ao todo, o Brasil já registrou em 2024 um total de 78.739 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 16,8% são referentes à influenza A; 2% à influenza B; 19,6% à covid-19; 27,1% ao rinovírus e 33,8% ao VSR. Outras 8.280 ocorrências estão em fase de análise.

O boletim Infogripe sinaliza para uma tendência de aumento de SRAG em nível nacional. Em 11 unidades federativas, há sinal de crescimento dos casos no longo prazo: Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. Além disso, há tendência de aumento das ocorrência no curto prazo no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Cenário em 2024

Fazendo um balanço do cenário epidemiológico de 2024, a pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portella, destacou que o país viveu duas ondas importantes de covid-19. A primeira, que começou ainda no final de 2023 e avançou pelo início deste ano, afetou diversos estados. Já a segunda onda, iniciada em agosto de 2024, teve São Paulo como o estado mais atingido.

Apesar dessas duas ondas, a pesquisadora destaca que, em comparação com 2023, houve uma redução de aproximadamente 40% nos casos de SRAG associados à covid-19. Ainda assim, Portella alerta para o crescimento dessas ocorrências no encerramento de 2024.

“Neste fim de ano, observamos uma menor atividade dos vírus respiratórios, com exceção apenas da covid-19, que já começa a apresentar sinais de aumento em algumas regiões do país. Para as festas de fim de ano, recomendamos o uso de máscaras caso surjam sintomas de gripe ou resfriado. Também sugerimos, sempre que possível, priorizar ambientes mais arejados, especialmente neste momento de início de aumento do número de casos de covid-19”.

Edição: Sabrina Craide


A cada 100 pessoas que têm tétano, cerca de 30 morrem


Alerta é do Ministério da Saúde

Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Brasília
São Paulo 11/04/2024 Prefeitura amplia a vacinação contra a Dengue, serão 471 UBS e AMAs, para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Fotos da vacinaçao na UBS do Cambuci. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
© Paulo Pinto/Agência Brasil
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A cada 100 pessoas que adoecem de tétano, cerca de 30 morrem. A informação é do Ministério da Saúde. Em nota, ele reforça que a principal forma de prevenção contra a doença é a vacinação, gratuita e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

A imunização deve ser realizada conforme recomendações do Calendário Nacional de Vacinação em serviços da atenção primária ou em centros de referência para imunobiológicos especiais (CRIEs), no caso de pessoas que apresentam condições clínicas especiais.

Confira, a seguir, os esquemas vacinais recomendados para o tétano:

– crianças menores de 7 anos: três doses da vacina penta, administrada aos 2, 4 e 6 meses de vida, além de reforços aos 15 meses e aos quatro anos com a vacina tríplice bacteriana (DTP);

– pessoas com sete anos ou mais (crianças, adolescentes, adultos e idosos): a vacinação desses grupos deve considerar o histórico vacinal contra o tétano. Para quem tem esquema vacinal completo, doses de reforços estão indicadas a cada dez anos. Em casos onde há ferimentos graves, o intervalo deverá ser reduzido para cinco anos;

– gestantes: uma dose da vacina tríplice bacteriana acelular – tipo adulto (dTpa), a cada gestação, a partir da 20ª semana. Se necessário, a gestante também deverá completar o esquema vacinal contra o tétano, com a administração da vacina dupla bacteriana – tipo adulto (dT), que pode ser administrada a qualquer momento da gestação.

“A atualização da vacinação contra o tétano em gestantes, a cada gestação, além de proteger a mãe contra a doença, tem como meta prevenir o tétano neonatal que pode acometer recém-nascidos, até os primeiros 28 dias de vida”, destacou o ministério. “Gestantes, trabalhadores rurais e da construção civil, idosos e pessoas que sofreram ferimentos recentes, devem manter a proteção em dia.”

Viajantes

Para quem for viajar para locais onde a vacina contra o tétano não esteja disponível ou onde é exigida a prescrição médica, a orientação é atualizar com antecedência o esquema vacinal, caso necessário. “Atenção para a necessidade de reforço, a cada dez anos, da última dose do esquema completo ou da última dose de reforço”.

Como é a doença

O tétano é uma doença aguda, não contagiosa, de ocorrência mundial. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade representa sério problema de saúde pública, sobretudo em países com baixas condições socioeconômicas e educacionais.

A doença é causada pela bactéria Clostridium tetani, presente no solo, na água, em objetos enferrujados como pregos, madeiras e agulhas e em fezes de animais, entre outros. “A bactéria pode entrar no organismo, especialmente pelas mãos ou pés do indivíduo, por meio de cortes, perfurações ou feridas contaminadas”.

O tétano afeta o sistema nervoso, provocando contrações musculares intensas. Em casos graves, pode causar a morte. “Além da vacinação, a prevenção da doença também requer a utilização de equipamentos de proteção individual (botas, luvas e capacetes) para evitar a ocorrência de acidentes durante a prática de atividades profissionais ou domésticas”, finaliza o Ministério da Saúde.

Edição: Kleber Sampaio


Estudo descobre toxidade em itens de cozinha feitos de plástico preto


À coluna, a médica Tassiane Alvarenga revela os riscos à saúde desses itens de cozinha e como se prevenir da exposição a essas substâncias

Getty Images
Utensílios de cozinha de silicone - Metrópoles

Um estudo feito por pesquisadores da Toxic-Free Future e do Amsterdam Institute for Life and Environment da Vrije Universiteit descobriu que alguns itens de cozinha feitos com plástico preto contêm altos níveis de retardantes de chamas causadores de câncer e desreguladores hormonais. A análise, publicada no jornal internacional Chemosphere, testou 203 produtos domésticos desse tipo — e 85% deles indicaram altas concentrações de retardantes, o que preocupou os estudiosos. Coautora da pesquisa e gerente de ciência e política da Toxic-Free Future, Megan Liu afirmou em um comunicado à imprensa que os retardantes encontrados são os mesmos contidos em produtos eletrônicos, como TVs, celulares e computadores.

Mas vale reiterar que isso se deve especificamente aos utensílios de plástico na cor preta, e não aos de outras cores, porque itens eletrônicos reciclados que usam retardantes de chamas costumam ser dessa coloração.

Getty ImagesItens de cozinha pretos - Metrópoles
Estudo descobre toxidade em itens de cozinha feitos de plástico preto

Para a pesquisadora, esses produtos químicos que causam câncer nem deveriam ser usados pelas pessoas. “Mas com a reciclagem, eles estão entrando em nosso ambiente e em nossas casas de mais de uma maneira”, relatou. “Os altos níveis que encontramos são preocupantes”, frisou.

Segundo o estudo, a reciclagem de plásticos usados ​​em eletrônicos pode eventualmente levar à sua reutilização em itens domésticos que não exigem retardamento de chamas. Isso resulta, entretanto, em “exposições altas e desnecessárias” que podem ser perigosas, principalmente para crianças e mulheres em idade fértil.

Riscos à saúde

As marcas ou fabricantes envolvidos nas descobertas não foram divulgados, mas o estudo concluiu que os níveis mais altos de retardantes de chamas foram detectados em espátulas e bandejas de sushi de plástico, por exemplo.

Um dos produtos químicos encontrados se trata do deca-BDE, retardante de chama sintético muito comercializado a partir dos anos 1970, mas considerado um poluente perigoso e persistente.

De acordo com a endocrinologista e metabologista pela SBEM Tassiane Alvarenga, altas exposições a retardantes de chamas, como o deca-BDE e outros bromados, estão associadas a uma série de impactos à saúde, incluindo:

  • Câncer: muitos retardantes são classificados como possíveis ou prováveis carcinógenos;
  • Desregulação endócrina: esses produtos químicos podem imitar ou bloquear hormônios naturais, afetando funções vitais do corpo;
  • Danos neurológicos: estudos mostram impactos no desenvolvimento cerebral, como menor QI em crianças expostas durante a gestação;
  • Imunotoxicidade: pode haver um impacto na capacidade do sistema imunológico de combater infecções e doenças;
  • Problemas reprodutivos: redução da fertilidade e anormalidades no desenvolvimento fetal são preocupações significativas;
  • Impacto metabólico: a exposição também está relacionada ao aumento do risco de obesidade e diabetes.
Getty ImagesBandejas de plástico com sushi dentro - Metrópoles
Os níveis mais altos de retardantes de chamas foram detectados em espátulas e bandejas de sushi de plástico

Como prevenir

Embora seja uma tarefa difícil eliminar totalmente a exposição a substâncias tóxicas que nos cercam diariamente, a médica compartilha dicas práticas:

  • Evitar utensílios de plástico preto: “A pesquisa aponta que os utensílios de outras cores ou feitos de materiais alternativos (como aço inoxidável, vidro ou silicone de grau alimentício) são mais seguros”, salienta;
  • Escolher materiais não tóxicos: prefira utensílios de madeira, bambu, silicone sem aditivos ou vidro temperado para cozinhar e armazenar alimentos;
  • Evitar calor direto em plásticos: “O calor pode liberar substâncias químicas tóxicas, então minimize o uso de plásticos, especialmente em alimentos quentes”, alerta;
  • Manter uma ventilação adequada: isso pode ajudar a reduzir a inalação de partículas tóxicas liberadas por produtos plásticos e eletrônicos em casa;
  • Reduzir o uso de reciclados em utensílios de uso direto: produtos feitos de plásticos reciclados, principalmente preto, têm maior probabilidade de conter retardantes de chamas;
  • Lavar as mãos frequentemente: isso reduz a ingestão de partículas químicas que podem se acumular em poeira ou superfícies contaminadas;
  • Investir em marcas confiáveis: pesquise e prefira fabricantes que sejam transparentes sobre a composição dos seus produtos.