Presos cumprem medidas em unidades prisionais da Bahia e recebem atendimento padrão do sistema pena | Divulgação / Seap
por Adelia Felix
A Operação Overclean, que revelou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia e com diversas prefeituras, resultou na prisão de 10 acusados que estão sob custódia no sistema penal baiano.
Nesta quarta-feira (11), os detidos passaram pelo Centro de Observação Penal (COP) antes de serem distribuídos entre diferentes unidades prisionais do estado administrados pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Conforme apurado pelo BNEWS, os presos estão recebendo atendimento jurídico normalmente, além disso, foram entregues para eles kits de higiene, fardamento, colchões e alimentação padrão das unidades. As refeições incluem café com pão e manteiga no café da manhã e arroz, feijão, salada, suco e proteína no almoço, variando entre carne, frango e ovo, dependendo do dia.
Custodiados no sistema penal baiano
- Alex Rezende Parente – Empresário e apontado como líder do esquema.
- Clebson Cruz de Oliveira – Ex-sócio de empresas ligadas ao esquema, como Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda.
- Evandro Balbino do Nascimento – Empresário do ramo de construção em Goiás, atuava como suporte logístico e operacional para a organização.
- Fábio Rezende Parente – Empresário e irmão de Alex Rezende Parente, também líder do grupo.
- Flávio Henrique de Lacerda Pimenta – Servidor da Secretaria Municipal de Educação, envolvido no esquema.
- Francisco Manoel do Nascimento Neto – Atuava no município de Campo Formoso, na Bahia.
- Geraldo Guedes de Santana Filho – Sócio da AG&M Agência de Turismo, funcionava como assistente direto de Alex Parente em diversas tarefas ilícitas.
- Iuri dos Santos Bezerra – Integrante da organização que operava no DNOCS, na Coordenadoria Estadual da Bahia.
- José Marcos de Moura – Empresário conhecido como “Rei do Lixo”, acusado de integrar a liderança da organização.
- Lucas Maciel Lobão Vieira – Ex-coordenador estadual do DNOCS na Bahia, apontado como figura central no esquema.
Até o momento, de acordo com a PF, 15 pessoas foram presas. As diligências ocorreram em Salvador, Lauro de Freitas, Jequie, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner. Além de São Paulo, Goiânia e Palmas.
O esquema
A Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União, investiga fraudes licitatórias e desvios de recursos públicos que movimentaram cerca de R$ 1,4 bilhão. O grupo utilizava empresas fantasmas, superfaturava contratos e realizava pagamentos de propinas a servidores públicos.
O juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, determinou as prisões e destacou que a medida foi necessária devido às tentativas de obstrução da Justiça.
Segundo a Polícia Federal (PF), os líderes da organização, incluindo os irmãos Alex e Fábio Rezende Parente, atuaram para apagar rastros, destruindo documentos e dados digitais com máquinas trituradoras.
As investigações também revelaram que os recursos desviados foram usados para adquirir bens de alto padrão, como aeronaves, barcos, imóveis de luxo e veículos. Até o momento, R$ 162 milhões foram sequestrados e oito servidores públicos afastados. A Operação Overclean cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, revelando a ampla rede de atuação do esquema criminoso.