Genéricos contribuem para queda de mais de 50% no preço de remédios

Quanto mais opções no mercado, maiores as chances de redução Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Publicado em 10/02/2025 – 19:19  – Atualizado em 10/02/2025 – 21:30 Rio de Janeiro © Arquivo/Agência Brasil Um novo estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mediu os impactos dos genéricos no preço dos medicamentos. Os … Leia Mais


São Paulo confirma primeiro caso de febre amarela em humano em 2025

Estado já havia notificado doença em macacos Guilherme Jeronymo – Repórter da Agência Brasil © Rovena Rosa/Agência Brasil Versão em áudio A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou o registro do primeiro caso de febre amarela em humano este ano. Trata-se de um homem de 27 anos, morador da capital paulista. Ele esteve em Socorro, … Leia Mais


Taxa de nascimentos prematuros do Brasil está acima da média global

Número pode ser reduzido com bom atendimento pré-natal Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro © Reuters Versão em áudio Os famosos “nove meses” de gravidez, na verdade, simplificam uma conta muito mais complexa: a gestação humana leva em torno de 40 semanas, mas é considerada “a termo”, ou seja, dentro do … Leia Mais


Boletim da Fiocruz indica alta de casos de covid-19 no país

Doença atinge especialmente pacientes idosos Leo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro © REUTERS/Wolfgang Rattay/Direitos Reservados Versão em áudio A nova edição do boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (19) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela uma tendência alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas ao covid-19 em alguns … Leia Mais


A cada 100 pessoas que têm tétano, cerca de 30 morrem

Alerta é do Ministério da Saúde Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Brasília © Paulo Pinto/Agência Brasil Versão em áudio A cada 100 pessoas que adoecem de tétano, cerca de 30 morrem. A informação é do Ministério da Saúde. Em nota, ele reforça que a principal forma de prevenção contra a doença é a … Leia Mais


Estudo descobre toxidade em itens de cozinha feitos de plástico preto


À coluna, a médica Tassiane Alvarenga revela os riscos à saúde desses itens de cozinha e como se prevenir da exposição a essas substâncias

Getty Images
Utensílios de cozinha de silicone - Metrópoles

Um estudo feito por pesquisadores da Toxic-Free Future e do Amsterdam Institute for Life and Environment da Vrije Universiteit descobriu que alguns itens de cozinha feitos com plástico preto contêm altos níveis de retardantes de chamas causadores de câncer e desreguladores hormonais. A análise, publicada no jornal internacional Chemosphere, testou 203 produtos domésticos desse tipo — e 85% deles indicaram altas concentrações de retardantes, o que preocupou os estudiosos. Coautora da pesquisa e gerente de ciência e política da Toxic-Free Future, Megan Liu afirmou em um comunicado à imprensa que os retardantes encontrados são os mesmos contidos em produtos eletrônicos, como TVs, celulares e computadores.

Mas vale reiterar que isso se deve especificamente aos utensílios de plástico na cor preta, e não aos de outras cores, porque itens eletrônicos reciclados que usam retardantes de chamas costumam ser dessa coloração.

Getty ImagesItens de cozinha pretos - Metrópoles
Estudo descobre toxidade em itens de cozinha feitos de plástico preto

Para a pesquisadora, esses produtos químicos que causam câncer nem deveriam ser usados pelas pessoas. “Mas com a reciclagem, eles estão entrando em nosso ambiente e em nossas casas de mais de uma maneira”, relatou. “Os altos níveis que encontramos são preocupantes”, frisou.

Segundo o estudo, a reciclagem de plásticos usados ​​em eletrônicos pode eventualmente levar à sua reutilização em itens domésticos que não exigem retardamento de chamas. Isso resulta, entretanto, em “exposições altas e desnecessárias” que podem ser perigosas, principalmente para crianças e mulheres em idade fértil.

Riscos à saúde

As marcas ou fabricantes envolvidos nas descobertas não foram divulgados, mas o estudo concluiu que os níveis mais altos de retardantes de chamas foram detectados em espátulas e bandejas de sushi de plástico, por exemplo.

Um dos produtos químicos encontrados se trata do deca-BDE, retardante de chama sintético muito comercializado a partir dos anos 1970, mas considerado um poluente perigoso e persistente.

De acordo com a endocrinologista e metabologista pela SBEM Tassiane Alvarenga, altas exposições a retardantes de chamas, como o deca-BDE e outros bromados, estão associadas a uma série de impactos à saúde, incluindo:

  • Câncer: muitos retardantes são classificados como possíveis ou prováveis carcinógenos;
  • Desregulação endócrina: esses produtos químicos podem imitar ou bloquear hormônios naturais, afetando funções vitais do corpo;
  • Danos neurológicos: estudos mostram impactos no desenvolvimento cerebral, como menor QI em crianças expostas durante a gestação;
  • Imunotoxicidade: pode haver um impacto na capacidade do sistema imunológico de combater infecções e doenças;
  • Problemas reprodutivos: redução da fertilidade e anormalidades no desenvolvimento fetal são preocupações significativas;
  • Impacto metabólico: a exposição também está relacionada ao aumento do risco de obesidade e diabetes.
Getty ImagesBandejas de plástico com sushi dentro - Metrópoles
Os níveis mais altos de retardantes de chamas foram detectados em espátulas e bandejas de sushi de plástico

Como prevenir

Embora seja uma tarefa difícil eliminar totalmente a exposição a substâncias tóxicas que nos cercam diariamente, a médica compartilha dicas práticas:

  • Evitar utensílios de plástico preto: “A pesquisa aponta que os utensílios de outras cores ou feitos de materiais alternativos (como aço inoxidável, vidro ou silicone de grau alimentício) são mais seguros”, salienta;
  • Escolher materiais não tóxicos: prefira utensílios de madeira, bambu, silicone sem aditivos ou vidro temperado para cozinhar e armazenar alimentos;
  • Evitar calor direto em plásticos: “O calor pode liberar substâncias químicas tóxicas, então minimize o uso de plásticos, especialmente em alimentos quentes”, alerta;
  • Manter uma ventilação adequada: isso pode ajudar a reduzir a inalação de partículas tóxicas liberadas por produtos plásticos e eletrônicos em casa;
  • Reduzir o uso de reciclados em utensílios de uso direto: produtos feitos de plásticos reciclados, principalmente preto, têm maior probabilidade de conter retardantes de chamas;
  • Lavar as mãos frequentemente: isso reduz a ingestão de partículas químicas que podem se acumular em poeira ou superfícies contaminadas;
  • Investir em marcas confiáveis: pesquise e prefira fabricantes que sejam transparentes sobre a composição dos seus produtos.

Vacinas contra covid-19 serão enviadas até hoje para todo o Brasil


Saúde vai distribuir 1,5 milhão de doses da vacina Serum

Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro
Vacinação de adultos contra covid-19 na Unidade Básica de Saúde - UBS Brás.
© Rovena Rosa/Agência Brasil
Versão em áudio

Novo lote de vacinas contra covid-19 será entregue a todos os estados e ao Distrito Federal, até esta terça-feira (10). São cerca de 1,5 milhão de doses da vacina Serum, que tem eficácia comprovada de  90% contra casos sintomáticos em adultos. 

Elas fazem parte de um lote de quase 70 milhões doses adquiridas pelo Ministério da Saúde em um pregão eletrônico para manter os estoques do Sistema Único de Saúde abastecidos por dois anos. O Programa Nacional de Imunizações espera distribuir pelo país novas remessas nas próximas semanas, totalizando 5 milhões de doses entregas até o fim do mês.

Além de ter apresentado bons resultados nos testes de eficácia e segurança, a vacina produzida pela Zálika Farmacêutica tem maior prazo de validade, e pode ser transportada e conservada de forma mais simples. O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em pessoas acima de 12 anos. Por isso, as crianças continuarão recebendo o imunizante produzido pela Pfizer.

O Ministério da Saúde também está aproveitando as novas entregas para enviar um documento aos estados com orientações sobre a estratégia atual de vacinação contra a covid-19. Desde o começo do ano, a vacina faz parte do calendário básico das crianças. Além disso, ainda é recomendada a vacinação de gestantes, e reforços periódicos para idosos e pessoas que fazem parte de grupos vulneráveis.

As crianças devem receber a primeira dose a partir dos seis meses de idade, e a segunda deve ser tomada quatro semanas depois. Esse esquema básico vale para todas com menos de 5 anos e depois disso é preciso tomar uma dose de reforço. Já as gestantes devem receber uma dose durante a gestação, e caso isso não aconteça, precisam se vacinar durante o puerpério.

Os idosos com mais de 60 anos devem reforçar a vacinação a cada seis meses, assim como todas as pessoas com mais de 5 anos que tenham alguma imunodeficiência.

Os demais grupos prioritários, como indígenas e quilombolas, pessoas com deficiências ou comorbidades, ou ainda aquelas que estão privadas de liberdade, devem receber uma dose anual.

Edição: Maria Claudia


Câncer de pele gera R$ 4,6 mi em custos hospitalares em quase 2 anos


SUS registrou nesse período 2,83 atendimentos da doença no país

Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Brasília
câncer de pele
© Marcello Casal JrAgência Brasil
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Entre janeiro de 2023 e outubro deste ano, o custo das internações no Brasil por melanoma – considerado o tipo de câncer de pele mais agressivo – chegou a R$ 4,6 milhões. O levantamento, feito pela Planisa em parceria com o DRG Brasil, analisou 2.537 altas hospitalares em unidades públicas e privadas do país com permanência média de 1,9 dia. 

A pesquisa revela que a faixa etária predominante, nesses casos, foi de pacientes com idade entre 60 e 69 anos (26,30%), seguida pelo grupo de 70 a 79 anos (25,14%). Já a distribuição por gênero ficou equilibrada, com 50,61% de mulheres e 49,39% de homens.

O levantamento faz ainda uma análise da complexidade assistencial das altas. Os números mostram que 89% delas ocorreram no nível 1 de severidade, indicando baixa complexidade clínica. Apenas 6,9%, 1,42% e 1,66% foram classificados nos níveis 2, 3 e 4, respectivamente, faixas que demandam maior cuidado e recursos.

Além disso, 37,68% dos pacientes foram atendidos em hospital-dia por um período de até 12 horas e 14,62%, por um período entre 12 e 24. De acordo com o estudo, os dados reforçam a importância de triagens eficazes para direcionar casos menos graves à atenção primária ou ambulatórios especializados, otimizando recursos hospitalares para pacientes de alta complexidade.

SUS

Segundo o Ministério da Saúde, no Sistema Único de Saúde (SUS), foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024.

Desse total, 10.298 foram cirurgias oncológicas — 6.276 em 2023 e 4.022 entre janeiro e julho de 2024; 8.107 foram quimioterapias — 5.113 em 2023 e 2.994 entre janeiro e julho deste ano; e 9.949 foram radioterapias — 5.994 no ano passado e 3.955 entre janeiro e julho de 2024.

Já em relação ao câncer de pele não melanoma, foram registrados, no mesmo período, 110.526 atendimentos, sendo 99.713 cirurgias oncológicas — 59.345 em 2023 e 40.368 entre janeiro e julho de 2024; 1.192 quimioterapias — 729 em 2023 e 463 entre janeiro e julho deste ano; e 9.621 radioterapias — 5.758 em 2023 e 3.863 de janeiro a julho de 2024.


Anvisa atualiza informações sobre rotulagem nutricional


Documento conta com 207 questões sobre a regulamentação

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou na sexta-feira (12) a atualização das principais perguntas e respostas sobre a rotulagem nutricional de alimentos embalados. O documento conta com 207 questões com orientações sobre o marco regulatório da rotulagem nutricional de alimentos.

“Foi identificado que a forma de declaração das informações nutricionais nos rótulos dos alimentos dificultava seu entendimento pelos consumidores. Assim, a revisão conduzida buscou aprimorar as regras para declaração da rotulagem nutricional, com o objetivo de facilitar sua compreensão pelos consumidores brasileiros”, informou a Anvisa.

A intenção, segundo a agência, é que as modificações realizadas no documento ajudem no uso das informações nutricionais para a realização de escolhas alimentares conscientes e adequadas às necessidades individuais do consumidor.

“As alterações aperfeiçoaram a visibilidade e a legibilidade das informações nutricionais, reduziram as situações que geravam engano quanto à composição nutricional, facilitaram a comparação nutricional entre alimentos, aprimoraram a precisão dos valores nutricionais declarados e ampliaram a quantidade de alimentos que traz essa informação”, explicou a Anvisa.

Entenda

Dentre as mudanças estão regras sobre a rotulagem nutricional de adoçantes dietéticos. Nesses casos, a rotulagem deve conter a declaração de advertência “Diabéticos: contém…”, seguida do nome dos mono ou dissacarídeos, em negrito, no caso de glicose, sacarose ou frutose; além da orientação “Consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista ou médico”.

Segundo a Anvisa, também foram revisadas perguntas e respostas no intuito de fornecer maior clareza e precisão acerca de açúcares adicionados presentes em ingredientes usados como fonte de fibras alimentares “à luz da diversidade de nomenclatura, composição e métodos empregados na produção destes ingredientes”.

Foram incluídas ainda perguntas e respostas para esclarecer alguns requisitos de legibilidade da declaração simplificada e da declaração linear da tabela nutricional, para que esse tipo de informação tenha identidade visual única.

“Espera-se que as orientações possam auxiliar os fabricantes de alimentos e os órgãos do SNVS [Sistema Nacional de Vigilância Sanitária] na correta implementação e fiscalização dos regulamentos em questão”, diz a Anvisa.

Para dúvidas adicionais, a orientação é entrar em contato com a central de atendimento da agência por meio do site da Anvisa.

Edição: Fernando Fraga


Geriatra chama atenção para aumento de casos de HIV em idosos


Neste domingo é lembrado o Dia Mundial de Combate à Aids

Agência Brasil
Rio de Janeiro
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© Leo Rodrigues/EBC
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Neste domingo, dia 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Combate à Aids. A campanha do Dezembro Vermelho, mês escolhido desde 2017 para a mobilização nacional, chama a atenção para as medidas de prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas com o vírus HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Neste fim de semana, diversas capitais estarão com mobilizações e ações de prevenção. 

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2021, o número de idosos que testaram positivo para o vírus quadruplicou. O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Marco Túlio Cintra, explica que são diversos os fatores ligados a esse aumento, entre eles a falta de campanhas direcionadas a esse público. E acrescentou que os números podem ser ainda maiores, já que é grande a subnotificação por falta de testagem.

Em entrevista ao programa Tarde Nacional da Amazônia, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Cintra contou que acontece de o paciente apresentar sintomas como o emagrecimento acentuado e os médicos investigarem câncer, sem desconfiarem de HIV.  Segundo o especialista, é fundamental que os profissionais da saúde solicitem a testagem aos pacientes idosos, já que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

Agência Brasil – O número de idosos com HIV quadruplicou nos últimos dez anos. A gente está falando de que números?

Marco Túlio Cintra – O número é maior. Há um aumento progressivo que o número de testagens não justifica. E aí vai para uma terceira questão que as pessoas se surpreendem pelo número de casos porque no imaginário das pessoas a vida sexual do idoso se enterrou. É um aumento progressivo em uma faixa etária preocupante.

Agência Brasil – Tem a ver com fatores comportamentais também?

Cintra – No idoso, geralmente, há múltiplas causas. Os nossos profissionais não pensam na possibilidade do vírus HIV para os idosos. Então é descoberto com doença já manifesta com sintomas de Aids numa fase mais avançada. Outra questão importante que não é comentada: não se direcionam campanhas de prevenção para pessoa idosa. Então a informação não está chegando.

Agência Brasil – Esse vírus é mais preocupante para a pessoa idosa?

Cintra – Quando se fala em pessoa idosa, não todos obviamente, mas há um perfil de mais doenças. Há uma alteração no sistema imune. Muitos tomam muitos medicamentos. É uma questão que quando entra o vírus HIV complica. Pode haver interações medicamentosas, de um medicamento atrapalhar o outro, tem maior dificuldade com o tratamento porque essas pessoas têm mais problemas de saúde.

Agência Brasil – Tem muita resistência, principalmente com relação ao público masculino, com relação ao uso do preservativo nessa faixa etária?

Cintra – Entre os idosos, a preocupação do uso é menor. Muitos idosos não imaginam que eles estão se expondo. Muitas vezes as campanhas são voltadas para grupos e não por comportamento de risco. O comportamento de risco pode estar em qualquer faixa etária, inclusive nos idosos que são sexualmente ativos.