Assistência ao parto avança no Brasil, mas pré-natal ainda preocupa

Dados fazem parte da Pesquisa Nascer no Brasil 2, feita pela Fiocruz Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro © Arquivo/MDS Versão em áudio Dados da maior pesquisa sobre parto e nascimento no Brasil mostram avanços expressivos na prática hospitalar. A realização de episiotomia, o corte do canal vaginal com bisturi, para supostamente aumentar … Leia Mais


Campanha pede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS

Doença é uma das únicas sem tratamento medicamentoso no SUS Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Brasília © Reuters/Brendan McDermid/Proibida reprodução Versão em áudio A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana campanha nacional pela inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de fármacos que combatem a obesidade.  O movimento conta … Leia Mais



Ministério da Saúde lança edital para seleção de médicos

Eles trabalharão no programa Agora Tem Especialistas Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil São Luís © Marcello Casal Jr./Agência Brasil Versão em áudio O Ministério da Saúde (MS) publicou hoje (24) no Diário Oficial da União (DOU) edital para a seleção de médicos especialistas para o programa Agora Tem Especialistas, voltado para enfrentar a escassez de profissionais na … Leia Mais


Meningite meningocócica: vacinação é a principal forma de prevenção

A doença é imprevisível, tem rápida evolução e alta letalidade (2-7)   Natalia Lebedinskaia/Getty Images ouvir notícia Conteúdo Especial 22/07/2025 11:32, atualizado 22/07/2025 11:32 Entre 2010 e 2025, houve quase 245 mil casos suspeitos de meningite no Brasil. Desse total, 83.874 foram registros de meningite bacteriana, considerada a forma mais grave. Sendo que, dentre esse número, aproximadamente … Leia Mais


Alimento amado no Brasil é cancerígeno igual ao cigarro, aponta OMS


A comida muito frequente na vida dos brasileiros está na mesma lista de risco que o tabaco

Por Luiz Almeida

Alimentos aumentam o risco de câncer
Alimentos aumentam o risco de câncer – 
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a acender o alerta sobre alimentos que aumentam o risco de câncer, colocando produtos consumidos diariamente por milhões de brasileiros no mesmo patamar do cigarro.

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), ligada à OMS, carnes processadas como salsicha fazem parte desta lista.

Além dela, outras também estão no Grupo 1, são elas: linguiça, bacon, presunto e salame. Todas são cancerígenas para humanos, com evidências tão fortes quanto as que ligam o tabagismo ao câncer.

Consumo pode elevar risco de câncer

O consumo frequente desses alimentos eleva em até 22% o risco de câncer no reto e em 21% o de câncer no cólon, apontam revisões de estudos. Há ainda indícios de relação com câncer de pulmão e mama.

“A recomendação é ingerir pouca ou nenhuma carne processada. O ideal é restringir o consumo ao máximo”, orienta a nutricionista Inarí Ciccone, mestre em Ciências da Saúde, ao G1.

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Além da alimentação, médicos destacam que o câncer é uma doença multifatorial e que cerca de 5% a 10% dos casos têm origem hereditária.

O restante envolve fatores ambientais e hábitos de vida, como sedentarismo, tabagismo, obesidade, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção e infecções por vírus e bactérias.

O mundo vive uma epidemia

A OMS alerta que o mundo enfrenta uma verdadeira epidemia de câncer, especialmente entre pessoas com menos de 50 anos.

Atualmente, são registrados cerca de 19,9 milhões de novos casos e 9,7 milhões de mortes por ano no planeta.

No Brasil, a projeção para 2025 é de 704 mil novos diagnósticos, com destaque para o câncer de mama em mulheres e o de pulmão em homens.

Para ficar de olho:

  • Evite carnes processadas como salsicha, linguiça, bacon e salame.
  • Aposte em frutas, verduras e legumes todos os dias.
  • Não fume, modere no álcool e pratique exercícios.
  • Faça exames periódicos e consulte um médico regularmente.


Anvisa alerta sobre uso do formol como alisante de cabelos


Produtos podem causar irritações na pele e problemas respiratórios

Agência Brasil
Rio de Janeiro
Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Versão em áudio

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta segunda-feira (7), um informe de segurança alertando sobre os riscos à saúde e aos cabelos relacionados ao uso de alisantes capilares, especialmente os que contêm substâncias proibidas, como o formol, ou formaldeído, e o ácido glioxílico. Os produtos irregulares podem causar desde irritações na pele até problemas respiratórios e danos irreversíveis à estrutura capilar. 

O documento destaca que, atualmente, o formol é permitido em produtos cosméticos no Brasil apenas como conservante, em concentrações de até 0,2%, e como endurecedor de unhas, até 5%. Seu uso como agente alisante é proibido e representa sérios riscos à saúde.

A Anvisa chama a atenção que “o ácido glioxílico, também proibido para essa finalidade, pode causar severos danos quando aquecido, sendo especialmente perigoso quando combinado com outros procedimentos, como a descoloração dos fios capilares”.

O informe traz orientações detalhadas para consumidores e profissionais de salões de beleza:

  • consumidores devem verificar se o produto é regularizado junto à Anvisa;
  • evitar produtos sem rótulo ou com promessas enganosas;
  • seguir corretamente as instruções de uso;
  • ficar atento a sinais como coceira, ardência ou dificuldades respiratórias.

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Os profissionais devem utilizar apenas produtos regularizados e devem recusar o uso de substâncias proibidas, mesmo que a pedido do cliente. A Anvisa alerta ainda que os profissionais adotem medidas de proteção individual e mantenham os ambientes ventilados.

A Anvisa esclarece também que “a adição de formol a cosméticos é considerada infração sanitária grave e pode configurar crime hediondo, conforme o artigo 273 do Código Penal”.

A agência reforça a importância do monitoramento e da avaliação de produtos cosméticos após a sua comercialização para prevenir riscos e proteger a saúde pública.

Edição: Fernando Fraga

 


Ozempic e outros medicamentos para diabetes podem reduzir risco de câncer em 7%, aponta estudo


Pesquisa com mais de 170 mil pacientes será apresentada no maior congresso de oncologia do mundo no próximo domingo (2)

Medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, amplamente utilizados para tratamento do diabetes e perda de peso, podem reduzir em 7% o risco de desenvolver 14 tipos de câncer relacionados à obesidade. A descoberta é resultado de um amplo estudo (ABSTRACT #: 10507) que será apresentado no domingo (2) durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), o maior congresso de oncologia do mundo, em Chicago.

A pesquisa, liderada por Lucas A. Mavromatis, da Escola Grossman de Medicina da Universidade de Nova York, analisou dados de 170.030 pacientes com diabetes e obesidade em 43 sistemas de saúde dos Estados Unidos entre 2013 e 2023. Os participantes tinham em média 56,8 anos e índice de massa corporal (IMC) de 38 kg/m².

“Embora a obesidade seja agora reconhecida como uma causa cada vez mais importante de câncer, nenhum medicamento comprovadamente reduz o risco de câncer associado à obesidade”, afirma Mavromatis. “Nossos resultados sugerem que eles podem reduzir modestamente a chance de desenvolver determinados tipos de câncer, especialmente os de cólon e reto, e reduzir as taxas de morte por todas as causas”.

Resultados promissores, mas com ressalvas

Durante o período de acompanhamento de cerca de quatro anos, metade dos pacientes recebeu tratamento com agonistas de GLP-1 (classe à qual pertencem Ozempic, Wegovy e Mounjaro), enquanto a outra metade foi tratada com inibidores de DPP-4, medicamentos para diabetes que não induzem perda de peso.

Os resultados mostraram que aqueles que usaram os medicamentos da classe do Ozempic apresentaram não apenas 7% menos risco de desenvolver cânceres associados à obesidade, mas também 8% menos chance de morrer por qualquer causa. Na prática, isso representou 170 casos a menos de câncer no grupo que utilizou os agonistas de GLP-1.

A proteção foi especialmente significativa para tumores colorretais: 16% de redução para câncer de intestino e 28% para câncer retal. Quando analisados por gênero, os benefícios foram mais evidentes em mulheres, que apresentaram 8% menos risco de câncer e 20% menos chance de morte.

“É um resultado bastante interessante e que merece atenção da comunidade médica. Já sabemos há muito tempo da associação entre obesidade e o risco aumentado de diversos tipos de câncer, por isso qualquer intervenção que possa contribuir para a redução desse risco é bem-vinda. No entanto, é fundamental destacar que se trata de um estudo observacional, e não de um ensaio clínico controlado. Ou seja, os dados levantam uma hipótese relevante — a de que a medicação pode reduzir o risco de desenvolvimento de tumores —, mas essa relação ainda precisa ser confirmada por estudos futuros”, avalia Mauro Donadio, oncologista da Oncoclínicas.

Limitações e próximos passos

O estudo é do tipo observacional, o que significa que identifica associações entre o uso dos medicamentos e a redução do câncer, mas não comprova uma relação direta de causa e efeito. “Esses dados são tranquilizadores, mas são necessários mais estudos para comprovar a causalidade”, reconhece o próprio autor da pesquisa.

Robin Zon, presidente da Asco, destaca a relevância dos achados: “Atendo muitos pacientes com obesidade e, dada a clara ligação entre câncer e obesidade, é importante definir o papel clínico dos medicamentos GLP-1 na prevenção do câncer. Embora esse estudo não estabeleça a causa, ele sugere que esses medicamentos podem ter um efeito preventivo”.

Os pesquisadores pretendem acompanhar os pacientes por períodos mais longos e conduzir novos estudos em pessoas sem diabetes que utilizam estes medicamentos.

Tipos de câncer associados à obesidade

O estudo avaliou 14 tipos de câncer com comprovada relação com a obesidade:

  1. Adenocarcinoma do esôfago
  2. Mama (em mulheres pós-menopáusicas)
  3. Intestino
  4. Reto
  5. Útero
  6. Vesícula biliar
  7. Parte superior do estômago
  8. Rins
  9. Fígado
  10. Ovários
  11. Pâncreas
  12. Tireoide
  13. Meningioma (tipo de câncer cerebral)
  14. Mieloma múltiplo

Tendência crescente de pesquisas

Este não é o primeiro estudo a sugerir benefícios dos agonistas de GLP-1 na prevenção do câncer. Em julho do ano passado, uma pesquisa publicada na revista JAMA Network Open, com 1,6 milhão de pacientes diabéticos, já havia encontrado redução em pelo menos 10 tipos de câncer ligados à obesidade.

Recentemente, outro estudo apresentado no Congresso Europeu de Obesidade, em Málaga, encontrou resultados similares aos observados em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sugerindo que os mecanismos de proteção podem ir além da simples perda de peso.

“O interesse científico nesta área está crescendo rapidamente”, observa Donadio. “Os agonistas de GLP-1 podem ter efeitos anti-inflamatórios e de modulação do metabolismo que vão além do controle glicêmico e da perda de peso. Mas ainda precisamos de mais evidências antes de considerarmos seu uso específico para prevenção de câncer”.

A apresentação completa dos resultados está marcada para às 13h40 (horário local) do domingo (02/06), durante a sessão de Prevenção de Câncer da Asco 2025.


Sobre a Oncoclínicas&Co

Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo hiperespecializado e inovador voltado para a jornada oncológica. Com um corpo clínico formado por mais de 2.900 médicos especialistas em oncologia, a companhia está presente em 40 cidades brasileiras, somando mais de 140 unidades. Com foco em pesquisa, tecnologia e inovação, o grupo realizou nos últimos 12 meses cerca de 682 mil tratamentos. A Oncoclínicas segue padrões internacionais de excelência, integrando clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade, potencializando o tratamento com medicina de precisão e genômica. Parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School, adquiriu a Boston Lighthouse Innovation (EUA) e possui participação na MedSir (Espanha). Integra ainda o índice IDIVERSA da B3, reforçando seu compromisso com a diversidade. Com o objetivo de ampliar sua missão global de vencer o câncer, a Oncoclínicas chegou à Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando sua expertise oncológica para um novo continente. Saiba mais em: www.oncoclinicas.com.

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Gripe é a principal causa de mortes por SRAG em idosos, alerta Fiocruz


Em crianças, o vírus é uma das três principais causas de óbito

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro
Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, no Rio de Janeiro
© Tomaz Silva/Agência Brasil
Versão em áudio

O boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (15) faz uma alerta sobre o vírus da influenza A, causador da gripe, que se tornou a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos e uma das três principais causas de óbitos entre as crianças.

Foi registrado também um aumento nas hospitalizações por influenza A em diversas partes do país, com níveis moderados a altos de incidência em estados do Centro-Sul e nas regiões do Norte e Nordeste.

Em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o número de casos de SRAG em crianças pequenas, associado ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) vem apresentando sinais de desaceleração ou até de reversão.

“Apesar disso, ainda não é o momento de relaxar os cuidados nessas regiões, já que a incidência de casos continua alta ou moderada”, avalia a pesquisadora do InfoGripe Tatiana Portella.

A especialista chama a atenção que a mortalidade por SRAG nas crianças pequenas se aproxima da observada nos idosos. A principal causa de mortalidade por SRAG nos idosos é o vírus da influenza A, seguida pela Covid-19. Já nas crianças, o VSR permanece como a principal causa de mortalidade por SRAG, seguido pelo rinovírus e pela influenza A.

Tatiana Portella orienta que as pessoas dos grupos mais vulneráveis se vacinem contra o vírus da influenza o quanto antes. Os pesquisadores do InfoGripe reforçam que a vacina é a ação mais eficaz para prevenir hospitalizações e mortes causadas pela doença.

“Além disso, reforçamos a importância do uso de máscaras em unidades de saúde, locais com maior aglomeração de pessoas e, principalmente, em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado”, alertou a pesquisadora.

Casos de SRAG

O boletim mostra sinal de aumento de casos de SRAG em diversos estados, tanto nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) quanto nas de curto prazo (últimas 3 semanas). Esse cenário se deve ao crescimento de SRAG nas crianças pequenas, associado principalmente ao VSR, e na população de jovens, adultos e idosos, associado ao vírus da influenza A.

O VSR mantém uma incidência expressiva tanto de incidência quanto de mortalidade por SRAG em crianças pequenas. Outros vírus de destaque nessa faixa etária são o rinovírus e a influenza A. A influenza A, além de ser a principal causa de mortalidade por SRAG entre os idosos, é uma das três principais razões de óbitos por SRAG em crianças pequenas.

Estados

Ao todo, 15 das 27 unidades da federação apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Outros oito estados também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento de longo prazo: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Edição: Sabrina Craide