Ex-prefeito Paulo Cezar deixa o União Brasil e retorna ao MDB, redesenhando o cenário político de Alagoinhas


Por: David Ribeiro Fonte: Redação Se Liga Alagoinhas

O retorno do ex-prefeito de Alagoinhas, Paulo Cezar, ao MDB, oficializado na manhã desta segunda-feira, 22, ocorre em meio a um cenário de enfraquecimento político e acúmulo de derrotas eleitorais que têm colocado em xeque sua real capacidade de protagonismo nas disputas futuras.

O movimento, apresentado como estratégico pela cúpula do partido, é visto por analistas como uma tentativa de reposicionamento após sucessivos reveses nas urnas.

Paulo Cezar deixou o União Brasil e voltou ao MDB, legenda onde iniciou sua trajetória pública e pela qual construiu parte de sua carreira como vereador, prefeito de Alagoinhas e deputado estadual por dois mandatos. Apesar do currículo extenso, a mudança partidária acontece em um momento delicado, marcado por três derrotas eleitorais consecutivas que fragilizaram seu capital político e reduziram sua influência no cenário local e estadual.

A primeira derrota ocorreu na disputa pela Prefeitura de Alagoinhas, quando foi superado por Joaquim Neto, encerrando um ciclo político que o ex-prefeito pretendia prolongar. Posteriormente, ao tentar retornar à Assembleia Legislativa da Bahia, Paulo Cezar foi derrotado por Ludmila Fiscina, evidenciando dificuldades de articulação e perda de força eleitoral fora do ambiente municipal. O revés mais recente aconteceu nas eleições de 2024, quando voltou a concorrer ao Executivo municipal, desta vez pela oposição e com apoio do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Na ocasião, foi derrotado por Gustavo Carmo, consolidando uma sequência de insucessos que passou a gerar questionamentos sobre sua capacidade de mobilização, renovação de discurso e conexão com o eleitorado.

Embora o MDB tenha sinalizado apoio total ao ex-prefeito para futuras disputas, inclusive mirando as eleições de 2026, o histórico recente pesa contra qualquer projeção otimista. Nos bastidores, a filiação é interpretada como uma tentativa de sobrevivência política diante do desgaste acumulado e do afastamento gradual do grupo oposicionista ao qual esteve ligado nos últimos anos.

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