Anvisa pode aprovar vacina do Butantan contra a dengue neste mês Agência pode concluir análise do registro no fim da semana que vem

Luiz Claudio Ferreira – repórter da Agência Brasil Brasília © Butantan/Divulgação Versão em áudio A vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan pode ser aprovada a partir do final da semana que vem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio foi feito nesta sexta (7), em coletiva de imprensa que tratou sobre a … Leia Mais



Covid-19 deixou 149 mil crianças e adolescentes órfãos em 2020 e 2021

Se considerados avós e outros cuidadores, número sobe para 280 mil Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro © Altemar Alcantara/Semcom/Prefeitura de Manaus Versão em áudio Além dos mais de 700 mil mortos pela covid-19 no Brasil, há outras 284 mil vítimas indiretas: crianças e adolescentes que perderam os pais, avós ou … Leia Mais


Gestores e pesquisadores que atuam na fronteira da inovação tecnológica em saúde estarão no mês de setembro em Salvador

Entre os dias 24 e 26 de setembro de 2025, Salvador será palco do II Congresso dos Laboratórios Oficiais do Brasil, promovido pela sua associação representativa (ALFOB). O evento, que acontece no Gran Hotel Stella Maris, contará com a participação de pesquisadores e gestores públicos renomados, como o médico Reinaldo Guimaraes, ex-secretário de Ciência e … Leia Mais


Assistência ao parto avança no Brasil, mas pré-natal ainda preocupa


Dados fazem parte da Pesquisa Nascer no Brasil 2, feita pela Fiocruz

Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro
Referentes ao período de 2006 a 2015, os dados tornam o Brasil o sétimo da América do Sul no quesito taxa de gravidez adolescente
© Arquivo/MDS
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Dados da maior pesquisa sobre parto e nascimento no Brasil mostram avanços expressivos na prática hospitalar. A realização de episiotomia, o corte do canal vaginal com bisturi, para supostamente aumentar a via de passagem do bebê, caiu de 47% para 7% nos partos vaginais ocorridos no Sistema Único de Saúde (SUS), em cerca de dez anos. Queda semelhante (de 36% para 9%) foi observada na realização da manobra de Kristeller, quando o profissional de saúde sobe sobre a gestante ou empurra a sua barriga com força, para acelerar o nascimento.

No sistema privado, a redução foi ainda mais expressiva: apenas 2% das mulheres que tiveram parto vaginal relataram ter passado pela manobra, que é considerada uma forma de violência obstétrica e traz risco para a parturiente e o bebê. Os dados fazem parte da Pesquisa Nascer no Brasil 2, realizada pela Fiocruz, que coletou dados de mais de 22 mil mulheres entre 2021 e 2023.

Nessa quinta-feira (4), os pesquisadores divulgaram as informações referentes ao estado do Rio de Janeiro e adiantaram algumas informações nacionais, para comparação. Eles mostram que aumentou a quantidade de mulheres que puderam se alimentar e se movimentar durante o parto e que quase todas que pariram no Rio de Janeiro, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em unidades particulares, optaram por posições verticalizadas, que favorecem a saída do bebê.

“É uma adesão enorme às boas práticas e uma eliminação de intervenções desnecessárias. No Rio, não tem mais aquela forma de parir, em litotomia, em que a mulher fica com as pernas pra cima, , sem poder fazer força. Acabou. Isso é lindo! É uma mudança de cultura que estamos vendo. Não está perfeito, mas é uma mudança enorme na atenção ao parto, fruto de políticas públicas”, afirmou a coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal.

Por outro lado, a proporção daquelas que tiveram acesso à analgesia, para reduzir as dores das contrações, caiu de 7% para 2% no SUS em todo o Brasil, e apenas 1% no Rio de Janeiro. Nos serviços privados, a queda nacional foi de 42% para 33%, chegando a 30% no estado. “Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto no Rio de Janeiro, caminhou melhor para o parto vaginal quem fez uso de analgesia, mostrando que talvez tenhamos aqui um aliado. Foi quase seis vezes maior a chance de terminar em um parto vaginal”, acrescentou Maria do Carmo.

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A pesquisa também mostra que os índices de parto normal e cesarianas permanecem um grande desafio no país. A quantidade de mulheres que passaram pela cirurgia no SUS aumentou de 43% para 48%, comparando com a primeira edição do levantamento, divulgado em 2014.

A coordenadora-geral da pesquisa ressalva que, ao menos, a maior parte desse aumento se refere a cesarianas intraparto, ou seja, realizadas após a mulher entrar em trabalho de parto, que totalizaram 13% no Brasil. Os partos vaginais no SUS somaram 52% no Brasil e 50% no estado.

Já a proporção de cesáreas no sistema privado foi de 81% no país e 86% no Rio de Janeiro, e apenas 9% e 7%, respectivamente, foram feitas após o início do trabalho de parto. Ainda assim, houve ligeiro aumento na quantidade de partos vaginais no Brasil, de 12% para 19%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que as cirurgias sejam feitas apenas em casos de necessidade e o índice do país não passe de 15%.

O cenário sobre o pré-natal mostrado pela pesquisa, no entanto, não é tão positivo. Apesar de 98,5% das mulheres do Rio de Janeiro terem recebido o acompanhamento, apenas um terço apresentava registro completo de aferição de pressão arterial e exames de glicemia. Esses exames são essenciais para detectar e controlar as duas complicações mais comuns e perigosas da gestação: a hipertensão e o diabetes. Menos de 34% tiveram prescrição registrada de ácido fólico, substância essencial para o desenvolvimento neurológico do feto, e apenas 31,6% foram vacinadas contra o tétano e a hepatite B, dois dos principais imunizantes que devem ser tomados na gestação.

Maria do Carmo Leal destaca outras lacunas importantes no cuidado das gestantes de alto risco, ou seja, que já tinham alguma condição diagnosticada no momento do parto.

“Setenta e cinco por cento delas nunca fizeram uma consulta com especialista, só na atenção básica. Tem alguma coisa errada aqui. Trinta e seis por cento dessas mulheres disseram que a pressão arterial delas não foi medida em todas as consultas e também não tinham exame de glicemia, como o recomendado. São mulheres que peregrinaram mais (até serem admitidas para o parto), porque não tinha vaga, mas principalmente porque eram de alto risco e deveriam procurar uma unidade adequada. Peregrinar na hora do parto é tudo que elas não tinham que fazer”.


Campanha pede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS


Doença é uma das únicas sem tratamento medicamentoso no SUS

Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Brasília
Estudo relaciona câncer de mama com obesidade. Reuters/Brendan McDermid/Proibida reprodução
© Reuters/Brendan McDermid/Proibida reprodução
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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana campanha nacional pela inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de fármacos que combatem a obesidade. 

O movimento conta com apoio da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), entre outras.

Em nota, a Sbem informou que a proposta é mobilizar a sociedade, sensibilizar autoridades e pressionar por políticas públicas que garantam acesso a tratamento adequado, sobretudo medicamentoso, na rede pública.

O comunicado cita que a obesidade, embora reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica multifatorial, permanece como uma das únicas sem tratamento medicamentoso incorporado ao SUS.

“Enquanto pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, aqueles que vivem com obesidade permanecem sem qualquer alternativa terapêutica na rede pública”, destacou a Sbem.

A entidade ressalta que, até o momento, nenhum fármaco para perda de peso foi incorporado ao SUS – nem mesmo medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras.

“Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para o tratamento da obesidade foram submetidos à análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram sua incorporação negada: orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida.”

Números

Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), indicam que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade, enquanto 68% têm sobrepeso – o que significa que quase sete em cada 10 vivem com excesso de peso.

As projeções indicam que, se nada for feito, até 2044 quase metade da população adulta brasileira (48%) estará obesa.

O relatório revela ainda que mais de 60 mil mortes prematuras no Brasil são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade por sua associação a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC).

“Além do impacto humano, o problema traz custos expressivos para o sistema de saúde”, destacou a Sbem, ao citar estimativas de estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que apontam que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão.

Já as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, segundo o estudo, podem chegar a US$ 20 bilhões.


Bahia registra aumento de HIV no público entre 10 e 19 anos e gera alerta


 Casos cresceram 17% no estado, entre 2023 e 2024; diagnóstico precoce facilita combate mais efetivo

Por Madson Souza

Mais testes rápidos de HIV podem explicar aumento de casos

 

Mais testes rápidos de HIV podem explicar aumento de casos – 

Os casos de HIV aumentaram 17% entre jovens (de 10 a 19 anos) entre 2023 (160 casos) e 2024 (187) no estado, conforme informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A maior realização de diagnósticos é a explicação para esse crescimento, útil para que as infecções sejam descobertas precocemente e combatidas com maior efetividade. Ainda assim, o cenário de uma geração que não viveu o pânico da aids – evolução mais grave do HIV – e por isso se preocupa menos com a enfermidade, é motivo de preocupação de especialistas.

A coordenadora da área de doenças transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, explica que a essa população mais jovem não ter vivido o pânico do HIV e da Aids (final dos anos 1980 e início da década de1990) reflete no comportamento com relação à prevenção também. Mas a principal razão para o aumento de diagnóstico tem a ver com a maior facilidade para testes, como indica a fonte.

“O aumento dessa detecção está diretamente relacionado com a ampliação da testagem, nas unidades de saúde principalmente, com os testes rápidos. Então, temos uma série histórica que mostra uma curva ascendente de detecção e uma queda, ainda que discreta, no número de casos de AIDS, porque, se consigo detectar os casos mais cedo consigo colocar esses pacientes em tratamento e fazer com que eles tenham uma qualidade de vida melhor”, pontua.

A iniciativa PrEPara Salvador, que oferece profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV para adolescentes LGBTQIAPN+ de 15 a 19 anos, atua com testes de HIV e teve 20 jovens diagnosticados com a infecção na capital baiana. Em outras localidades em que o projeto PrEP 15-19 atua – São Paulo e Belo Horizonte – foram diagnosticados até dois casos. Ainda que a comparação possua um universo de amostra limitado ela apresenta um panorama em que as ações de prevenção para o público jovem e para a população no geral são cada vez mais importantes.

Para o pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do PrEPara Salvador, Laio Magno, o crescimento da incidência de HIV é ainda mais comum entre homens cis que transam com outros homens – não se identificam como gays. “Os estudos apontam que esse público têm uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Visando reduzir essas taxas ofertamos o PrEP, que é uma tecnologia que está disponível inclusive pelo Sistema Único de Saúde (Sus), mas que essa população tem acessado pouco”, diz.

O PrEPara Salvador, sediado no Casarão da Diversidade, atua com prevenção ao HIV e ISTs (Infecções Sexualmente transmissíveis) por meio de métodos como preservativos e PrEP oral e injetável. A ação é de universidades como a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade Federal da Bahia (Ufba), entre outras pelo país, além de organizações como a Fiocruz.

O autônomo e integrante do Conselho Municipal LGBT+ de Salvador, Jonathan Xavier, 27, utiliza a PrEP e é um defensor da ação como estratégia de proteção combinada contra o HIV. Ele ressalta a importância para que os jovens busquem acesso a essa iniciativa também. “É uma segurança a mais além do uso do preservativo. Faz uma segurança combinada. Me sinto mais seguro com esse cuidado extra e indico para todos os meus amigos. É uma segurança a mais pra todos e pode ser muito importante para os jovens”, comenta.

Bahia e Salvador

No estado, a proposta da Sesab é oferecer uma prevenção combinada ao HIV e outras ISTs, como explica Eleuzina Falcão. “A prevenção deve considerar a especificidade de cada pessoa, dentro do seu contexto, dentro de suas características individuais e, dentro dessa perspectiva, discutir qual é o melhor método de prevenção para cada caso. É preciso considerar também, dentro da prevenção combinada, que nenhuma intervenção de prevenção isolada é suficiente”, comenta.

Esses atendimentos são feitos nas Unidades Básicas de Saúde por todo o estado, além de outras instituições importantes como o Instituto Couto Maia (ICOM), que é especializado em doenças infectocontagiosas. Eleuzina reforça a importância de fazer a testagem regularmente, porque algumas ISTs não são transmitidas apenas durante o sexo – podem ser transmitidas por objetos contaminados; da mãe para o bebê; ou através de transmissão sanguínea.

Já na capital baiana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece testagem rápida para HIV e outras ISTs em diversas unidades de saúde. Além disso, há três unidades do serviço especializado (SAE) pela cidade, que atuam para atendimento de pessoas que vivem com HIV e Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Parte da gerência da atenção especializada ambulatorial da pasta, Helena Lima reforça a importância não só dos atendimentos preventivos como também de acompanhamento.

“Temos especialidades não só para o tratamento, mas também para o acompanhamento dessa pessoa. O acompanhamento é importante, porque toda vez que a gente acolhe e trata aquela pessoa a gente também tá evitando que outras pessoas se infectem. Se for uma mulher gestando, por exemplo, conseguimos interromper a cadeia de transmissão do HIV para a criança a partir do seu tratamento”, afirma.


Ministério da Saúde lança edital para seleção de médicos


Eles trabalharão no programa Agora Tem Especialistas

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
São Luís
SUS
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O Ministério da Saúde (MS) publicou hoje (24) no Diário Oficial da União (DOU) edital para a seleção de médicos especialistas para o programa Agora Tem Especialistas, voltado para enfrentar a escassez de profissionais na Atenção Especializada no Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa prevê mais de 1,7 mil vagas para aprimorar o conhecimento de médicos especialistas em áreas onde há carência de profissionais.

Especialistas

Desse total, 635 vagas terão início das atividades em setembro em estados e municípios que aderiram ao Agora Tem Especialistas. As demais serão para cadastro de reserva. As inscrições serão abertas no dia 28 de julho na plataforma da Universidade Aberta do SUS .

Os médicos selecionados contarão com uma bolsa-formação de cerca de R$ 10 mil. Para participar, eles precisam ser certificados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou titulados pela Associação Médica Brasileira (AMB) nas áreas em que serão aprimorados.

A estratégia tem como finalidade aprimorar, em serviço, médicos especialistas que atuam em equipes de atenção especializada, por meio da integração entre ensino, serviço e comunidade em regiões prioritárias para o SUS. O foco está na redução do tempo de espera, na ampliação do diagnóstico precoce e no fortalecimento das redes de atenção especializada à saúde.

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Regras e atuação

Pelas regras do programa, os profissionais especialistas deverão atuar em hospitais e policlínicas da rede pública. Eles também passarão por formação em 16 cursos de aprimoramento ministrados em hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Propadi-SUS) e da Rede Ebserh.

Serão 16 horas semanais de prática assistencial e quatro horas semanais de atividades educacionais, como mentoria remota e imersões em serviços de referência em especialidades prioritárias para o SUS como atenção e cuidado a pessoas com deficiência, oncologia e ginecologia. Os cursos terão duração de 12 meses.

Segundo o Ministério da Saúde, o programa prevê ainda a expansão de residências em áreas profissionais da saúde, com a oferta de mil novas bolsas para perfis que incluem, por exemplo, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos.

Edição: Kleber Sampaio


Meningite meningocócica: vacinação é a principal forma de prevenção


A doença é imprevisível, tem rápida evolução e alta letalidade (2-7)

 

Natalia Lebedinskaia/Getty Images
Criana saudável na escola - Metrópoles
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 atualizado 

Entre 2010 e 2025, houve quase 245 mil casos suspeitos de meningite no Brasil. Desse total, 83.874 foram registros de meningite bacteriana, considerada a forma mais grave. Sendo que, dentre esse número, aproximadamente 21 mil foram casos da doença do tipo meningocócica, de acordo com dados do Ministério da Saúde. (1)

Foi justamente por causa dessa quantidade de casos que Joice Pontes não pensou duas vezes e já vacinou o filho Miguel Pontes, de 2 anos, contra a meningite meningocócica. A proteção foi feita com as vacinas disponíveis nas redes pública e particular.

“Recebi a orientação médica de vacinar o meu filho contra a meningite meningocócica com as vacinas ACWY e a MenB para maior proteção, pois ele está na creche. Recomendo a todos os pais a checarem a carteirinha dos filhos e vacinarem, porque a doença é potencialmente fatal e tem afetado muitas crianças. (2,3,10-12)”

A preocupação de Joice é justificada ao observar que, no mesmo período apurado pelo órgão de saúde, a doença – caracterizada pela inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – provocou 4.504 óbitos.(14)

Por isso, a vacinação é de extrema importância, pois ela é a principal forma de prevenção contra a doença, que atinge, principalmente, bebês e crianças menores de 5 anos, mas também pode acometer todas as faixas etárias, incluindo adolescentes e jovens adultos. (3-5)

Inclusive, a partir deste mês, o Ministério da Saúde começou a ofertar a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para crianças de 12 meses de idade. (6)

Anteriormente, o esquema vacinal indicava duas doses da vacina meningocócica C, aplicadas aos 3 e 5 meses, e um reforço aos 12 meses. Agora, esse reforço aos 12 meses será feito com a vacina ACWY, que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y. (6,7)

Sobre a Meningite

A meningite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. E no caso da bacteriana, causada por meningococo, pode levar a complicações como perda da audição, convulsões, fraqueza dos braços e pernas, dificuldades de visão e de fala e perda de memória. (3)

De forma geral, a transmissão da meningite meningocócica ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva, secreções nasais ou da garganta. (2,3)

Segundo Ana Medina (CRF-RJ 24671), farmacêutica, imunologista e gerente médica de vacinas da GSK, a meningite meningocócica é uma doença imprevisível e de evolução muito rápida. “Os sintomas iniciais dela, como febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito, podem ser confundidos com uma gripe ou viroses diversas, o que pode dificultar o diagnóstico” (2,3), afirma.

“Embora a doença não seja mais tão frequente hoje em dia, a bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) ainda circula entre a população e pode atingir pessoas de todas as idades.(2,3)”

Ana Medina, imunologista

Justamente devido à meningite meningocócica ter sintomas iniciais semelhantes aos de outras patologias, é necessário conhecer a doença e procurar um atendimento médico o mais rápido possível em qualquer suspeita e exame para o diagnóstico correto. (2-4)

Como prevenir

A forma mais efetiva de prevenção contra a meningite meningocócica é por meio da vacinação. (2,8) Por isso, os pais ou responsáveis pelas crianças devem garantir que elas sejam imunizadas – não espere que casos aconteçam próximos a você para buscar a prevenção.

Inclusive, a fim de melhorar a prevenção, por meio de uma coalizão global, diversos países se comprometeram com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a alcançar o objetivo de derrotar a meningite até 2030. O compromisso visa facilitar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento. (9)

Atualmente, existem vacinas diferentes para a prevenção de cinco sorogrupos da doença: A, B, C, W e Y. (10-12)

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C para crianças de 3 e 5 meses de idade. E a vacina meningocócica ACWY em dose de reforço aos 12 meses e para adolescentes de 11 a 14 anos como dose única ou reforço conforme situação vacinal. Ambas também estão disponíveis para outras idades na rede particular. (10-12)

As sociedades médicas recomendam a vacina meningocócica B e a vacina meningocócica ACWY, disponível na rede particular, para todas as crianças, com esquema aos 3, 5 e 12 meses de vida. Para a vacina ACWY, as sociedades recomendam duas doses de reforço até a adolescência. Para a vacina meningocócica B, as sociedades médicas recomendam duas doses para adolescentes não vacinados. (7,10-12)

Além da vacinação, outras medidas de higiene ajudam a evitar a transmissão de várias doenças, incluindo a meningite meningocócica, como lavar a mão de forma frequente, cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar compartilhamento de objetos pessoais, manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações na medida do possível. (13)

Saiba mais sobre a meningite meningocócica aqui

Material dirigido ao público geral. Por favor, consulte o seu médico.

NP-BR-MNU-BRF-250011 – Julho/2025

Referências:
1. Ministério da Saúde. Meningite. Situação Epidemiológica. Painel Epidemiológico. Pesquisa: Região/UF/Município “All”, Período “2010 a 2025”, Disponível em: <https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiODBkZTAyNDUtOTNhYi00NjQ 2LWJmMjEtMjUwMDMxNDQ zMzI5IiwidCI6IjlhNTU0YWQzLWI1MmItNDg2Mi1hMzZmLTg0ZDg5MW U1YzcwNSJ9> Acesso em: 09 jul. 2025.

2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Família SBIm. Doenças. Meningite meningocócica. Disponível em: <https://familia.sbim.org.br/doencas/meningite-meningococica>. Acesso em: julho 2025;

3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Newsroom. Fact Sheets. Details. Meningitis. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/factsheets/detail/meningitis>. Acesso em: julho 2025;

4. CASTIÑEIRAS, TMPP. et al. Doença meningocócica. In: CENTRO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA VIAJANTES. Disponível em: <http://www.cives.ufrj.br/informacao/dm/dm-iv.html>. Acesso em: julho 2025;

5. CHRISTENSEN, H. et al. Meningococcal carriage by age: a systematic review and meta-analysis. Lancet Infect Dis, 10(12): 853-61, 2010.

6. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Vigilância das pneumonias e meningites bacterianas em crianças menores de 5 anos. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52718/9789275721896_por.p df?sequence=1&i sAllowed=y. Acesso em: 20. Mar. 2025.

7. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento doPrograma Nacional de Imunizações. Nota Técnica nº 77/2025-CGICI/DPNI/SVSA/MS. Substituição da dose de reforço da vacina meningocócica C pela vacina meningocócica ACWY. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2025. Acesso em: 2 jul. 2025.

8. GOV.BR. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação contra meningite. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/ptbr/assuntos/noticias/2022/outubro/ministerioda-saude-reforca-aimportancia-da-vacinacao-contra-meningite>. Acesso em julho/2025;

9. PAHO. OMS e parceiros pedem ação urgente contra a meningite. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/noticias/28-9-2021-oms-e-parceiros-pedemacao-urgente-contra-meningite>. Acesso em julho/2025;

10.SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação do nascimento à terceira idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2024/2025 (atualizado em 27/03/2024). Disponível em: <https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-0-100-2024-2025.pdf>. Acesso em: FEV/2025;

11.SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de vacinação da SBP 2024/2025. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24727dDC_Calendario_Vacinacao_-_Atualizacao_2024.pdf>. Acesso em: FEV/2025;

12.BRASIL. Ministério da Saúde. INSTRUÇÃO NORMATIVA DO CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO 2024. Disponível em:<https://www.gov.br/saude/ptbr/vacinacao/publicacoes/instrucao-normativacalendario-nacional-de-vacinacao-2024.pdf>. Acesso em: julho/2025;

13.BRASIL. Ministério da Saúde. PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS RESPIRATÓRIAS. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/prevencao_doencas_infecciosas_re spiratorias.pdf>. Acesso em: julho/2025;

14.Ministério da Saúde. Meningite. Situação Epidemiológica. Painel Epidemiológico. Pesquisa: Região/UF/Município “All”, Etiologia “Meningite Bacteriana (Doença Meningocócica)”, Evolução “Óbito por Meningite” Período “2010 a 2025”, Disponível em: <https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiODBkZTAyNDUtOTNhYi00NjQ2L WJmMjEtMjUwMDMxNDQ zMzI5IiwidCI6IjlhNTU0YWQzLWI1MmItNDg2Mi1hMzZmLTg0ZDg5MWU1Y zcwNSJ9> Acesso em: 09 jul. 2025