Novo relatório do Pix: Como acessar? O que fazer em caso de fraude? Quem pode solicitar?


Por 

Renan Monteiro

 — Brasília

Banco Central do Brasil anunciou na última terça-feira que as pessoas físicas e jurídicas já podem acessar um relatório completo sobre as chaves Pix, incluindo vínculos ativos e excluídos. A finalidade é prevenir fraudes com cadastros realizados de forma irregular.

Todos os usuários do Pix podem acessar esse relatório. O requisito é ter conta gov.br nível prata ou ouro. Hoje, o estoque de pessoas físicas e jurídicas cadastradas no sistema de pagamento e transferência instantânea é de 161,9 milhões.

Como acessar o relatório?

 

A solicitação de acesso já pode ser feita pelo Registrato, sistema do Banco Central para consulta de informações financeiras (veja passo a passo abaixo).

O que o documento mostra?

 

São apresentadas todas as chaves ativas, excluídas ou bloqueadas por ordem judicial. Também consta as chaves em reivindicação de posse, quando o usuário reivindica o domínio de determinada chave que está cadastrada para outra pessoa, como o número de telefone. Outro status é a chave, como CPF, que está em portabilidade de um banco para outro.

O que fazer em caso de detectar uma chave não reconhecida?

 

O usuário deve relatar o ocorrido ao(s) seu(s) banco(s). O BC orienta que qualquer informação que o usuário não concorde ou não reconheça no seu relatório, a instituição responsável pela informação deve ser preocupada diretamente. Ana Couto, advogada e executiva na startup Sem Processo, avalia que a novidade do Banco Central ajuda em uma ação rápida para mitigar possíveis riscos e danos financeiros.

— A pessoa pode entrar em contato com o banco onde a chave desconhecida está registrada e notificar sobre a descoberta, bem como solicitar a exclusão imediata da chave irregular. Também é aconselhável registrar um boletim de ocorrência para formalizar o acontecimento, fornecendo uma base legal para investigações e ações futuras — avalia Couto.

Outras dicas

 

Outra orientação é reforçar os protocolos de segurança nos acessos aos aplicativos bancários, como a autenticação de dois fatores e revisão de senhas.

Daniel Marques, presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), avalia que este relatório do Banco Central reforça “a posse dos dados” pelos usuários.

— Ele permite o monitoramento das chaves Pix vinculadas ao seu nome. Isso é vital para uma infraestrutura de inovação saudável com o Pix, pois dá ao indivíduo o poder de detectar e reportar usos irregulares de suas informações, ajudando a prevenir fraudes — cita Marques.

Quantas chaves Pix existem?

 

Como uma única pessoa pode ter diversas chaves, o número atual de registros é de 732,8 milhões. Desse total, cerca de 90% são pessoas físicas.

Quais as principais?

 

As chaves aleatórias estão no topo da lista, com 339,5 milhões. Depois vem números de celulares (137,9 milhões), CPFs (133 milhões) e e-mails (110,3 milhões).

Quais atualizações?

 

Antes já era possível acessar um relatório no Registrado, mas apenas sobre as chaves atualmente cadastrados nos nomes dos usuários. Agora é o relatório também traz o histórico de todas as chaves já excluídas pelo usuário, informando a data e a hora de exclusão.

Qual o passo a passo para acessar?

 

  • Entrar no Registrado com a conta gov.br;
  • Clicar na aba “Relatórios”;
  • Clicar em “Pix”;
  • Solicitar relatório “completo”;
  • Clicar em “gerar relatório”;
  • O documento fica pronto em até dois dias úteis;
  • Terminado o prazo, o usuário pode acessar novamente o Registrado para download do relatório em PDF.